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2 de julho de 1823, dia da independência da Bahia
O conflito ficou conhecido como a Batalha de Pirajá e teve um papel decisivo na Guerra pela Independência da Bahia, pois assegurou a continuidade do cerco à cidade de Salvador, que estava sob o domínio das tropas portuguesas. Foram mais de 4 horas de combate. O exército português era mais numeroso, além de melhor treinado e equipado. A vitória lusitana era dada como certa. Tanto o era que, diante da iminente derrota, o Comandante Barros Falcão ordenou o recuo das tropas brasileiras. Mas eis que, em vez do toque de “recuar”, o corneteiro Luís Lopes deu o sinal de “cavalaria avançar” e, em seguida, o de “degolar”. E quem acabou partindo em retirada foram as tropas lusitanas, imaginando que os brasileiros tinham recebido reforços.
Cavalaria brasileira não havia mesmo. Mas a história (ou seria estória) do tal corneteiro é colocada em dúvida, tanto pela ausência de documentos históricos que comprovem a sua existência, como pelo fato de o episódio soar como lendário. Na obra Memórias Históricas e Políticas da Bahia, o historiador Inácio Acioli de Cerqueira e Silva apresenta a explicação da vitória brasileira na Batalha de Pirajá como decorrente de um toque errado de corneta. Já o barão do Rio Branco, nas Efemérides brasileiras, ao registrar e comentar o conflito, não menciona a participação do corneteiro Lopes, embora conhecesse o texto de Acioli.
Brás do Amaral, em História da independência na Bahia, obra escrita no ano em que se comemorou o centenário do 2 de Julho, conta o mesmo que Acioli já havia dito. Pedro Calmon, ao tratar das lutas da independência, na obra História do Brasil, nada fala sobre a intervenção providencial do corneteiro, que era português, mas integrava o exército brasileiro. O historiador Cid Teixeira afirma que prefere acreditar no testemunho presencial de Ladislau dos Santos Titara, que, além de ser o autor do Hino ao Dois de Julho, era soldado, lutou na batalha e disse que ouviu o toque de “avançar cavalaria”. Um outro testemunho, o Alexandre Gomes de Argolo Ferrão, o Barão de Cajaíba, atesta o feito do corneteiro Luís Lopes. Ele era comandante da Legião de Caçadores da Bahia, uma das unidades que participaram do combate de Pirajá.
Cajaíba foi quem acompanhou D. Pedro II, numa visita que este fez ao campo histórico de São Bartolomeu de Pirajá, em 9 de outubro de 1859. O imperador registrou, em seu diário, que o barão lhe contou que os brasileiros ganharam a batalha graças a "um corneta trânsfuga português que descompunha, por meio de toques, o exército lusitano, e neste dia, tocando a retirada, fez com que avançassem os lusitanos para debandarem para o lado do campo de Cabrito e da cidade, logo que ouviram os vivas dados a meu pai, pelo major de Pernambuco Santiago; os tiros de uma pequena peça assestada ao lado direito da igreja, para quem segue para o Cabrito e o toque de degola da cavalaria que deu o tal corneta, quando apenas havia trezentos brasileiros, sobre que se dirigiam quatro colunas lusitanas, tendo por todos quatro mil homens, uma parte da cidade, outra ao lado do Cabrito, outra de Itapoã e outra em direção à praia próxima que chegou ao desembarque, quando as outras já se debandavam”.
Algumas linhas adiante, o monarca escreveu no diário: "todas estas informações são do Cajaíba, e só posso afirmar que as ouvi". Em 2003, o episódio do Corneteiro Lopes, se tornou tema de um curta-metragem de 20 minutos, em película, dirigido pelo cineasta baiano Lázaro Faria.
Fonte do texto:
https://leiamaisba.com.br/2013/07/01/conheca-historia-do-corneteiro-lopes
Assista o Curta - O Corneteiro Lopes de Lázaro Faria
Vídeo de Download gratuito pelo site da Câmara
Fonte: https://www.camara.leg.br/tv/175969-curta-metragem-o-corneteiro-lopes-diretor-lazaro-faria/?pagina=
Ficha Técnica
Título - O Corneteiro Lopes (Original)
Ano produção - 2003
Dirigido por - Lázaro Faria
Coord. Produção - Joana Praia
Estreia - 2 de Julho de 2003 ( Brasil )
Duração 21 minutos
Países de Origem - Brasil
Elenco
Nuno Lopres
Celso Júnior
Leandro Firmino
Gideon Rosa
Thalma de Freitas
Sinopse
A Bahia encontra-se sitiada pelas tropas portuguesas que vêm pouco a pouco deteriorando as forças de resistência baianas comandadas pelo General Labatut. Em meio a uma feroz ofensiva, o comandante ordena ao corneteiro português servindo nas fileiras baianas, Luís Lopes, a tocar a "retirada". O que se segue é algo surpreendente que vai alterar a história da independência da Bahia e, consequentemente, do Brasil. Na Bahia a luta pela Independência veio antes da brasileira e só se concretizou quase um ano depois do 7 de setembro de 1822. 2 de julho de 1823, dia da independência da Bahia. Homenagem ao povo baiano que lutou pela independência de toda a nação.
Fonte: https://filmow.com/o-corneteiro-lopes-t102243/ficha-tecnica/
Coletivo Viva a Banda
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